segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Análise hermenêutica da música “metal contra núvens de legião urbana” composição de Renato Russo.





Não sou escravo de ninguém, ninguém, senhor do meu domínio, sei o que devo defender e, por valor eu tenho e temo o que agora se desfaz. Viajamos sete léguas por entre abismos e florestas por Deus nunca me vi tão só é a própria fé o que destrói estes são dias desleais.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão, eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Reconheço meu pesar quando tudo é traição, o que venho encontrar é a virtude em outras mãos.
Minha terra, é a terra que é minha e sempre será. Minha terra tem a lua, tem estrelas e sempre terá.

Quase acreditei na sua promessa e o que vejo é fome e destruição. Perdi a minha sela e a minha espada perdi o meu castelo e minha princesa.

Quase acreditei, quase acreditei e, por honra, se existir verdade, existem os tolos e existe o ladrão e há quem se alimente do que é roubo mas vou guardar o meu tesouro caso você esteja mentindo. Olha o sopro do dragão...

É a verdade o que assombra, o descaso que condena, a estupidez, o que destrói, eu vejo tudo que se foi e o que não existe mais. Tenho os sentidos já dormentes, o corpo quer, a alma entende. Esta é a terra-de-ninguém sei que devo resistir eu quero a espada em minhas mãos.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar tenho, ainda, coração. Não aprendi a me render que caia o inimigo então.

Tudo passa, tudo passará...

E nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz. Teremos coisas bonitas pra contar.
E até lá, vamos viver, temos muito ainda por fazer, não olhe pra trás, apenas começamos.
O mundo começa agora apenas começamos.



1. Conhecer a música e seu contexto


Metal Contra as Nuvens é a mais longa música da Legião Urbana, com duração máxima de 11 minutos e 28. Lançada originalmente em 1991, no disco 5º, a música ganhou várias versões, sendo gravada posteriormente no Acústico MTV (1992), e depois no famoso show “Como é que se diz eu te amo” (1994).
Ela tem também uma característica muito interessante: diferentemente dos padrões de música, Metal Contra as Nuvens tem uma variação melódica muito grande. O seu início é calmo seguido por uma batida estilo roock, sucedido por um final mais doce, intercalando (pop, roock, popular, romantica e geez). É uma das poucas músicas da banda que possui um refrão.
A música não era tocada nas rádios, devido à sua extensão (Mais de onze minutos, dependendo da versão) que superava em dois minutos até a Faroeste Caboclo.
A letra de Metal Contra as Nuvens trata de vários temas, tais como a Santa Inquisição, que na letra é referenciada pelo termo O Sopro do Dragão. Faz também metáforas e analogias com coisas do tempo medieval para expressar sentimentos vivenciados pelo autor no início dos anos 90. Entre essas analogias, Renato Russo assumiu que a letra fala de uma época durante o mandato de Collor, quando os direitos autorais das canções ficavam presos e como a Legião Urbana fazia poucos shows, a banda ficou durante muito tempo sem receber dinheiro, indignação esta expressa nos versos: "Quase acreditei na sua promessa/ E o que vejo é roubo e destruição" e "E há quem se alimente do que é roubo/ Mas vou guardar o meu tesouro/ caso você esteja mentindo"
O Sopro do Dragão citado na música é também possivelmente uma referência à inflação que assolava o país na época. Segundo interpretações, uma das referências na música seria o atual presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, que na época tinha recém perdido a eleição presidencial para Fernando Collor de Melo. Lula era um metalúrgico, e por isso a repetição no refrão de "Eu sou metal".



2. Uma tentativa de interpreta-la para os dias de hoje

É bem engraçado no início da música quando ele admite que não é escravo e pouco depois ele admite possuir um “senhor de seu domínio”. De que forma isso pode ser interpletado?
Acredito eu que a música pode se referir no que diz respeito, a dominação camuflada das classes dominantes. Admitimos que temos liberdade, porém vivemos para garantir a liberdade da classe detentora do poder (classe auta).

“(...) por Deus nunca me vi tão só é a própria fé o que destrói estes são dias desleais”. Esse texto me diz que hoje vivemos em dias desleais, pois a propria religaião que seria modelo para a sociedade pacíifica, é também a que nos aliena. A escola, a política, a igreja, os meios de comunicação etc, são os meios que os poderosos usam para legitimar suas visões e seus desejos. Além disso vejo que muitas igrejas transformam os fiés em “medrosos” presos ao senso comum.
“Reconheço meu pesar quando tudo é traição, o que venho encontrar é a virtude em outras mãos”.
“Minha terra, é a terra que é minha e sempre será. Minha terra tem a lua, tem estrelas e sempre terá”.

Traição e injustiça, é essa a imagem do Brasil e o perfil do ser humano que deruba qualquer um para ter prestígios e riquesas. O primeiro parágrafo é cantado de forma mais lenta. É expreçado como uma desabafo. “Ele perdeu sua inocência e viu que tudo é traição e percebeu a virtude em outras mãos”. Quem sabe ele fala da política.
No segundo parágrafo da citação, mostra alguém a defender sua pátria, sua terra. Lembra a canção de exílio de Gonsalves Dias: “minhas terras tem palmeiras onde canta o sabiá (...)”. Esse poeta fez essa poesia quando estava exilado fora do Brasil, pelo fato de escrever e pensar diferente do que era permitido na época.

“Quase acreditei na sua promessa e o que vejo é fome e destruição. Perdi a minha sela e a minha espada perdi o meu castelo e minha princesa.”

“Quase acreditei, quase acreditei e, por honra, se existir verdade, existem os tolos e existe o ladrão e há quem se alimente do que é roubo mas vou guardar o meu tesouro caso você esteja mentindo. Olha o sopro do dragão...”


Nestas estrofes, percebemos que elas se direcionam como critica a política. “Confiei em certo político, depositei toda esperança (voto). Agora só vejo fome e destruição. Perdi toda minha esperança.” Na segunda estrofe já se vê uma nova concepção de politica tipicas do dia de hoje: não se confia mais na política por causa das decepções que ela já fez. “Devo garantir minha vida, não devo mais contar com a política!”.
Todas as estrofes seguintes retratam que existe um foco de esperança que permanesse no coração de alguns. Alguns pensadores (filósofos), alguns educadores que ainda tem espada (metal) para continuar lutando para mudar a realidade que atormenta, engana e destrói.
Por fim digo: “Possuimos as feramentas mais importantes para transformar: possuimos o saber que é a informação e posuimos a máquina organica chamada célebro. Devemos usalas! O mundo começa agora, apenas começamos.”

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

FALTA ALGO


A vida é tão pura, porém tão vazia.

A todo estante tendemos a preencher esse vazio com cópias de felicidade.

Elas servem até determinado tempo, depois descartamos e preenchemos novamente com outras cópias.

Quando a monotonia é percebida vêm às crises.

Será que eu sou feliz?

Para responder tentamos imaginar situações piores.

Ou nos abarcamos a Deus.

Dessa forma concordamos que somos felizes, mas no fundo não nos damos por satisfeitos.

Será que tudo isso é assim mesmo?

Se a resposta for sim, morrerei de angústia.

Falta algo eu sei. Mas o que?

Viverei a vida inteira pra descobrir.

Tomara que antes de partir minha alma tenha encontrado esse algo.

Se não assombrarei a mim mesmo, por toda a eternidade.

Minha fé tenta me explicar todos esses vazios. Convenço-me de que o que me falta é mais fé, mais devoção, mais oração. Ó meus Deus tomara que seja isto. Talvez seja mais fácil de encontrar um pouco de felicidade.