sábado, 14 de abril de 2012

Simples fato



Não compreendo os meus caminhos.
Não compreendo a minha voz.
Só compreendo esses espinhos.
Que machucam de modo atroz.

Não compreendo as minhas escolhas.
Não compreendo estes meus olhos.
Só compreendo esta bolha.
De rancor e tristeza, de meus refolhos.

Não compreendo meus membros.
Não compreendo o tempo.
Não compreendo o mundo.
Não compreendo minha compreensão.

Não compreendo meu coração.
Que ousa pulsar.
Não compreendo o meu repulsar.
Não sei se estou me perdendo.

Não me compreendo.

Poeta sem rima, sem palavra alguma




Chamei o Russo e ele me fez chorar
Não era cocaína, era tristeza.
Chamei o Veloso ele me fez cantar
Pois filosofar só no alemão.
Chamei o Zuza e ele me fez meditar
Minha piscina não estava limpa.
Chamei o Ramalho ele me fez recordar
Que eu precisava regar as violetas.
Chamei a Ramalho e me fez pensar
Não estou aconchegado.
Chamei a Calcanhoto e me pediu para entrar
Mas, não consegui mudar a sua vida.
Chamei a Toller e ela me fez rezar
Jogue minhas mãos para o céu.
Chamei o Gonzaguinha ele me fez notar
Devo mudar desse comportamento geral.
Chamei o Seixas ele fez me aceitar
Metamorfose ambulante.
Poetas fiquei a chamar.
Poetas fiquei a chamar.
Chamei ao Pai
E  não falara nada.
...
Faltou-me um ar.