sábado, 26 de maio de 2012

VAZIO




Uma, duas, três, quatro, cinco.

São as alternativas que uso para tentar transformar este vazio em espaço.

Não consigo de maneira alguma respirar direito, nem sei o que é o ar.

Se meu coração fosse de tijolos taparia com cimento.

Se meu coração fosse de arreia taparia com plantas e flores.

Se meu coração fosse de barro colocaria água límpida.

Se meu coração fosse de madeira colocaria qualquer coisa.

Se meu coração não existisse, não colocaria nada, não sentiria nada, não procuraria nada, não escreveria nada.

Se estou parando de escrever, não é por que perdi meu coração, mas, é por que me faltam as palavras – queria perde-lo só por alguns instantes.