quarta-feira, 27 de junho de 2012

TEMPO


O tempo escapou
Se fosse matéria
Poder-se-ia buscá-lo
Mas o tempo é tempo

Tempo passado

Tempo futuro
Tempo presente
Tempo nunca ausente


O ontem foi um hoje
O passado foi presente
O futuro é passado
O presente era futuro

Tempo passado

Tempo futuro
Tempo presente
Tempo imprudente

O sonho foi futuro

Que agora é presente
Mas, o sonho ainda é futuro
Pois não se realizou


As dores são as mesmas
As alegrias já se foram
Um novo sorriso se estende
Quando se esquece o presente

Tempo passado

Tempo futuro
Tempo presente
Tempo insistente



terça-feira, 26 de junho de 2012

Cadáveres vivos, cadáver morto


Vagarosamente e paulatinamente, meus olhos me enganam e fogem de mim, arrastando-me para a luz.

Contemplo insistentes cadáveres vivos a bailar por minha fronte, desejo instantaneamente apoderar-me de cada um.

Grito altamente com meus gestos corporais, desejo atirar-me a baixo, mas nem olhares obtenho.

Quando o sereno chega continuo eu estagnado e estupefato pelas minhas frustrações, porém observo cadáveres vivos a bailar pelos edifícios.

Com as luzes apagadas desejo fugir da carne e voar até eles. Mas meu esforço é fugaz. 
O que me resta é alienar-me ás torturas da imaginação e permanecer perene.

Enquanto isso, forço meus pés a andarem em sentido antagônico e desconfortável, ao mesmo tempo em que vejo reflexos turvos antes não vistos.

Era mais um cadáver, porém, morto.