terça-feira, 26 de junho de 2012

Cadáveres vivos, cadáver morto


Vagarosamente e paulatinamente, meus olhos me enganam e fogem de mim, arrastando-me para a luz.

Contemplo insistentes cadáveres vivos a bailar por minha fronte, desejo instantaneamente apoderar-me de cada um.

Grito altamente com meus gestos corporais, desejo atirar-me a baixo, mas nem olhares obtenho.

Quando o sereno chega continuo eu estagnado e estupefato pelas minhas frustrações, porém observo cadáveres vivos a bailar pelos edifícios.

Com as luzes apagadas desejo fugir da carne e voar até eles. Mas meu esforço é fugaz. 
O que me resta é alienar-me ás torturas da imaginação e permanecer perene.

Enquanto isso, forço meus pés a andarem em sentido antagônico e desconfortável, ao mesmo tempo em que vejo reflexos turvos antes não vistos.

Era mais um cadáver, porém, morto.


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